segunda-feira, 19 de outubro de 2009

.: Escolhas :.



Até engravidar de Jorge minha vida era uma enorme bagunça! Noitadas, cervejas (muuuuuuuuitas), podrão da lapa (lê-se: cachorro quente cheio de salmonela), sem hora pra nada. Aos 25 aninhos, já tinha o colesterol alto e colecionava olheiras e ressacas, e claro muitas histórias!
Aí veio Jorge e agora eu tinha realmente que cuidar de mim pra poder cuidar dele. Comecei mudando a alimentação. Minha quedinha por legumes e saladas virou um casamento sólido. E aos poucos a mentalidade é que foi mudando junto com meu corpo. Optei por uma gestação sem intervenções, não tomei ácido fólico, nem antitetânica, fiz 4 ultras (e queria ter feito menos, porque uma delas foi totalmente desnecessária) e planejei um parto domiciliar, porque não achava justo que meu filho recebesse hormônios sintéticos, anestésicos e outros tipos de remédios mesmo antes de nascer. Eu sabia que a natureza havia preparado meu corpo, bastava só que eu contribuísse com ela e a deixasse agir. E o parto correu como já relatei aqui, da melhor maneira possível dentro dos imprevistos.
Na criação de Jorge, que já começou dentro do útero, optei pelos mesmos modos menos invasivos e respeitosos. Jorge só se alimenta de leite materno (como manda a OMS), sem água, sem suco, sem chá, só leite. E no peito. Não dou mamadeira, não dou chupeta, porque acredito na influência maléfica que elas exercem sobre a sucção, a dentição, a respiração e, posteriormente, a fala do bebê. Não dou luftal pra cólica, nem funchicórea, nem buscopã, porque eles não “curam” cólicas, tapeiam com drogas. Só dou peito e colo, quando incomoda muito a ele, tolha quente na barriga e banho quente. Jorge teve sua primeira febre (38º) por conta da vacina tetravalente e não dei alivium como o médico receitou, porque na bula dizia que era contra indicado para bebes de menos de 6 meses (e mesmo assim o médico receitou). Deixei que o corpo dele agisse (mesmo receosa) e a febre sumiu. Não o deixo chorando no berço, dou colo assim que ele solicita, porque não creio que um bebê que passou 9 meses em um útero aconchegante possa se acostumar a ficar sozinho em apenas 2 meses e não acredito que o choro seja uma “sacanagem” pra mãe pegar no colo. E mesmo assim ele passa algumas horas no carrinho, soltando vários sorrisos!
E por conta disso, vejo alguns olhares me dizendo: “que mãe é essa que deixa seu filho sofrer com dores de cólica e febre?” e outros de “não sei como ela aguenta dar peito o dia todo”, e ainda “humm, que bobinha, cai na manha do neném...”.
Não acredito mesmo que exista uma conferencia anual dos bebes manhosos onde são definidas estas regras. Eles são bebes e sua natureza é a dependência; não falam, não andam, não comem sozinhos. E é só aprendendo a lidar com esta dependência que se tornarão indivíduos independentes e bem resolvidos. É curioso que numa época onde se incentiva tanto a independência existam tantas crianças pirracentas que desrespeitam pais, mães, professores, mais velhos, animais, etc. Acredito que o respeito vem do carinho, assim como a independência da segurança, da auto-estima. Acredito na fisiologia do nosso corpo quando bem cuidado.  Acredito no poder de cada mãe para fazer escolhas conscientes e consistentes. Basta estarmos atenta aos nossos instintos.
Entendo sim que algumas mães por conta de tempo, trabalho, solidão ou outra influencia qualquer se vejam quase obrigadas a dar mamadeira, leite artificial, chupetas e “luftais” para suas crias. Isto já é aceito, é estabelecido culturalmente, é “assim que tem que ser”, é assim que nos é ensinado. Mas, eu daqui, pequenina que sou na minha primeira viagem, pergunto: será que é preciso disso tudo para maternar? Ou será possível buscarmos outras maneiras de maternar respeitando nossa natureza e de nossos filhos?
Idealista ou não, eu daqui vou tentando descobrir...


3 comentários:

  1. Cara
    é muito complicado mesmo.
    Eu daqui, de manrinheira de primeira viagem como vc, me vejo cheia de dúvidas... e culpas. Eu dou chupeta pra Joana. Alivio as cólicas tbm com banho quente e compressas...E muito peito. Kate vc sabe a pressao que é pra gente que só da peito né? Palpites de toda forma.Querem enfiar complemento pela goela dela de qq jeito. mesmo ganhando peso, o q eu ouço de : nossa mas ela mama muitooo, tem q dar NAN... chega a irritar. e colo?essa menina ta mto mimada de colo vanessa!

    rs
    é foda!

    vai daí
    q eu vou daqui.

    idealista ou nao
    vc ta fazendo a sua parte.

    adorei o texto.

    vanessa

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  2. Belíssimo texto, Kate!!

    Beijão procê e pros seus meninos,
    Bebel.

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  3. A chupetinha era do flamengo... snif, snif... hahahahahha

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